Luísa Todi é um daqueles nomes que quase toda a gente ouve, mas pouca gente (re)conhece. Todi terá sido uma diva do seu tempo, rapidamente proscrita pelo seu país, à época (talvez como sempre) pleno de preconceito e certa inveja. Na «segunda morte», Luísa revisita os «seus» locais, entre Setúbal, Lisboa e Porto. Rapidamente faz o paralelo entre os seus tempos de glória e o rápido e fácil esquecimento a que foi votada. O brilho dos grandes teatros europeus, a proximidade e o encantamento que proporcionou a Maria Antonieta, a Catarina da Rússia, a Frederico da Prússia, até mesmo a Beethoven, rapidamente se transformam em viuvez, solidão, cegueira e pobreza. Esquecimento. Despede-se com a certeza de que não vale a pena, mesmo muito tempo e muito «conhecimento» depois, procurar uma glória que os seus insistem em não encontrar. É isto, a história.