Os britânicos continuam indecisos. Um passo para a frente, dois para trás e três ao lado, para tentarem perceber até que ponto os políticos estão a conseguir interpretar correctamente o sentimento do povo em relação à saída da União Europeia. E talvez estejam a conseguir, porque a desorientação é geral. Os brasileiros, enquanto varrem a cinza da Amazónia, equacionam rasgar o (des)acordo ortográfico inventado pelo senhor José Pinto de Sousa, também conhecido como Sócrates. Um (des)acordo que não respondeu a nenhum sentimento do povo, a nenhum uso instalado ou vontade expressa. Uma espécie de imposição, ou teima, em que o senhor em causa era pródigo. São apenas dois sinais do que pode acontecer quando o debate gira em torno de questões pouco dadas a maiorias, fracturantes, por vezes, e que, frequentemente, geram decisões tomadas com base em impulsos pessoais e não devidamente informadas e fundamentadas. Já nós, por cá, vamos assistindo a cada vez mais acidentes com aeronaves de combate a incêndios. O que talvez também seja sinal de alguma coisa. Cravando bem fundo, na consciência, a perda de vidas de quem deveria viver para ajudar a preservar outras.