16 de Fevereiro de 2013 – Ter ou não ter um rosto

rostos“Quem não aparece, esquece”, costuma dizer o povo. E o povo, sabemos, tem a memória bastante curta. Ilude-se facilmente com os rostos que, de repente, ascendem na escala de importância, sempre relativa. O que é ser importante? Ser conhecido? Ser reconhecido? E quais as consequências disso? Ser criticado, justa ou injustamente? Ser incentivado a prosseguir? Ser alvo de boatos ou mentiras? Ter esse rosto público nem sempre é bom. Tira-nos aquela sensação boa de poder caminhar livremente, sem pressa, sem ninguém que nos observe. Misturarmo-nos no meio da multidão sem que ninguém se aperceba. Às vezes apetece o contrário. Chegar e parar o trânsito. Ser alvo de sorrisos e cumprimentos cordiais ou de felicitação. Mas como, costas voltadas, não sabemos o que se irá passar, talvez seja melhor passar incólume a essa “faca” do dito, do comentário, do falatório. E encontrar esse silêncio, sem rosto, sem reconhecimento. O silêncio de se poder ser quem se quiser. Na página de um livro ou, simplesmente, na imaginação.

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