20 de Fevereiro de 2009 – Eficiência alimentar

eficiencia-alimentarA edição de hoje do jornal «Público» dedica uma página a um assunto que, de certeza absoluta, se vai tornar um dos pontos principais na ordem do dia, um destes dias. O título é suficientemente forte para confirmar este ponto de vista: «Metade da comida que se produz é desperdiçada».

Segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, produz-se o suficiente para alimentar toda a população mundial, mas há demasiadas perdas (cerca de 50%) em todo o processo de produção e distribuição. Por volta de 2050, prevê-se que existam mais 2700 milhões de seres no mundo, o que nos obrigaria a aumentar a produção actual em 50%, precisamente os 50% que estamos, neste preciso momento, a perder ou desperdiçar.

As causas são várias, desde as guerras e conflitos, à dificuldade de acesso aos mercados, o que faz com que 1/4 (um quarto) dos produtos vegetais, nos Estados Unidos, apodreçam no circuito de distribuição; ou com que metade dos resíduos colocados nos aterros da Austrália sejam detritos alimentares; ou com que, na Inglaterra, não se coma 1/3 (um terço) do que se compra.

A juntar a este cenário, o preço dos bens alimentares deverá aumentar entre 30 e 50%, o que fará com que os que vivem em situação de pobreza extrema gastem praticamente todos os seus recursos em alimentação, não sendo, mesmo assim, suficiente. Outra condicionante prende-se com a produção de cereais. Prevê-se que 50% da produção seja necessária para o fabrico de rações animais.

Sendo assim, o ideal será que, ao mesmo tempo que pensamos em eficiência energética, comecemos a pensar em eficiência alimentar. Caso contrário, uma boa parte da população mundial não poderá sequer sobreviver para consumir qualquer quantidade, por mais ínfima que seja, de energia.

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