Um pouco por toda a parte, já cheira a Carnaval. A época em que, como dizia Vergílio Ferreira, as pessoas não se mascaram, mas se desmascaram. O Carnaval é uma festa engraçada, sobretudo porque só dura um dia, ou, entre nós e na maioria dos casos, apenas umas horas. Pelos olhos adentro, via praticamente todas as televisões, entra-nos a exuberância frenética do Carnaval do Rio, pleno de batuque, samba e corpos nus e oleados. Mas quem já teve oportunidade de passar por Veneza, no Carnaval ou não, é literalmente «tomado de assalto» por um outro universo. Um universo sentimental, histórico, de memória e beleza, de tranquilidade e nobreza, de sonho e de sobriedade. Veneza é uma cidade absolutamente única, onde se respira história a cada passo, e onde a nobreza e mitologia da máscara estão omnipresentes.
Para acompanhar e divulgar, passo a passo, a evolução das festividades, a cidade tem um espaço na internet, onde podemos acompanhar, dia a dia, o que se passa. O «site» não é propriamente uma beleza, mas é minimamente suficiente para lhe despertar o apetite. Não por uma inundação de som, luz e cor, não por uma sensualidade imediata, não por um ritmo avassalador. Mas pela calmaria, pela poesia, pelo sonho, pelas memórias, pelo passado histórico, por um espaço ecléctico, cheio de uma outra luz, de uma outra cor, de uma outra beleza e de uma outra sensualidade.