5 de Agosto de 2009 – Este PSD, não

francisco-sa-carneiroOs acólitos de Manuela Ferreira Leite continuam a passear o seu pedantismo pelos corredores de São Bento. Aliás, é a única coisa que sabem fazer. Do alto dos seus pedestais, prosseguem, disfarçados de políticos de verdade, o seu programa de acção, que é, como alguém disse e bem, o de agirem como se fossem donos do PSD. Manuela Ferreira Leite, essa, prossegue no seu papel de líder forte, de «dama de ferro», assumindo a postura de desbravar caminho e de «encostar» quem (pelo menos aparentemente) acha que deve «encostar». Sucede que o PSD não é isto. O PSD não é uma direcção nacional que centraliza e impõe o que quer que seja. O partido tem as suas bases, que se pronunciaram, que discutiram, local e distritalmente, as suas opções. Ao invés disso, a estrutura nacional procedeu ao «corta e cose», e tratou, imediatamente, de esquecer o serviço a Portugal de escolher os melhores para privilegiar os apoiantes. A construção das listas de candidatos a deputados foi, para muitos, para quase todos, uma forma encapotada de autoritarismo, sectarismo e de ausência de democracia. Depois do que aconteceu, Aguiar Branco, um dos «acólitos», a quem a vice-presidência «caiu do céu» sem se saber bem como, teve ainda o rasgo de dizer que o PSD, agora sim, está unido e forte, para vencer. Mas não, não está. O PSD não é isto. É um partido democrata, onde se discute, onde todos têm voz. Não é um partido da avestruz, que enterra a cabeça na areia e usa silêncios estudados para a comunicação social. É um partido de poder, de combate, de discussão aberta e franca, é um partido dos melhores. Sabemos que o mito de Sá Carneiro paira constantemente no ar, e que é reavivado sempre que há alguma turbulência. Mas, neste caso, as suas palavras são lapidares. Quando diz que ao concentrar o poder, a única imagem que se dá é a da incapacidade para o exercer.

«Qualquer poder numa sociedade moderna, deve ser hoje repartido e multiforme e quaisquer tentativas, e muitas foram feitas no passado em Portugal, para o concentrar, denotam exclusivamente incapacidade para o seu exercício. Aqueles que de facto mais poder queriam ter, sempre foram os menos capazes de o exercer».

(Francisco Sá Carneiro)

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