Símbolo do fim (trágico) da Segunda Guerra Mundial, a queda da bomba atómica em Hiroshima foi há precisamente 64 anos. Quando largaram a bomba, os homens responsáveis pelo acto estariam, provavelmente, longe de pensar nas consequências de um acto aparentemente necessário para se colocar fim a uma hostilidade. Esse simples «ok» dizimou cerca de metade da população da região, fazendo sentir os seus efeitos nefastos durante imenso tempo, devido à radiação atómica, ceifando a vida (imediatamente ou aos poucos e de forma cruel) a cerca de 140 mil pessoas (só no imediato, 80 mil perderam a vida com o impacto). Hoje, como o vídeo do «Público.pt» demonstra, foi dia de relembrar, em silêncio.
Curiosamente, descobri ontem o novo disco de Edin Karamazov, alaudista que gravou «Songs from the Labyrinth» com Sting, revisitando obras de John Dowland. Neste mais recente disco («The Lute is a Song»), Karamazov inclui uma interpretação muito própria da «Tocata e Fuga em Ré menor», de Bach, que merece ser ouvida atentamente. Buscando a elevação, como Bach pretenderia. Relembrando o que de pior o homem pode fazer, procurando a purificação e a aprendizagem com o erro. É capaz de ser um bom exercício.