26 de Janeiro de 2009 – Quase mil milhões de pessoas passam fome

fome 

A vida do dia-a-dia vai-nos empurrando em direcção aos nossos problemas, questionando as nossas opções, fazendo-nos avançar ou recuar, e, às vezes, questiona-nos. E questiona sobretudo a dimensão daquilo a que nós chamamos problemas. Novecentos e sessenta e três milhões de pessoas (963 000 000) vivem situações de fome ou forte privação alimentar, em todo o mundo. E, tudo indica, a tendência é que isto se agrave. São números da FAO, apresentados pelo seu Director-Geral, um senhor chamado Jaques Diouf.

A solução deverá passar pela duplicação da produção de alimentos, o que significa que terá que haver um substancial reforço do apoio à actividade agrícola, um pouco por todo o mundo. É curioso este paradoxo. A agricultura é algo a que, muitas vezes de forma provinciana, se procura «escapar». Não é moderno, não é alegadamente rentável, é demasiado exposto às vicissitudes do clima, é demasiado «subsidio-dependente», dirão alguns. A União Europeia, por seu turno, destinou mil milhões de euros ao desenvolvimento agrário, a aplicar no período entre 2008 e 2010. Não é suficiente, segundo os especialistas.

Às vezes, chegamos à conclusão que o nosso foco está descentrado, e verificamos o quão privilegiados somos. Continua a ser difícil arrancarmos de nós mesmos a carapaça dos problemas que muitas vezes criamos. Mas estes outros continuam a alastrar, e a aproximar-se, cada vez mais, de nós.

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