O «Jornal de Notícias» de 8 de Julho trazia duas notícias de página inteira, lado a lado, que demonstram como vamos mal. De um lado, ficávamos a saber que metade dos jovens até aos 24 anos trabalham de forma precária, seja com contratos a termo, seja, sobretudo, (praga das pragas) a recibos verdes. Os números são da OCDE, que diz ainda que 63,7% dos desempregados não trabalham há mais de meio ano e que seriam precisos 170 mil empregos para recuperar da crise. Aí está a prova de que Sócrates tinha razão antes do tempo, só que se enganou nas contas. No número de empregos que devia criar, no tempo em que o devia fazer e na forma como devia conduzir o país para esse destino. Sempre podemos passar-lhe um recibo verde, como factura pelo que nos tem feito.
Por outro lado, surge a notícia de que as universidades começam a ter dificuldade em receber as propinas em atraso. Só na Universidade do Minho são dois milhões de euros que estão por pagar, o que levou a instituição a pôr em marcha um plano que permita recuperar esse dinheiro. Este é mais um sinal de como temos andado. A apregoar o investimento na ciência e no conhecimento, abrindo a porta das universidades aos maiores de 23 e aos «filhos» das Novas Oportunidades. Para continuarmos, à imagem disto, a ser um país que se diz completamente diferente daquilo que realmente é.