15 de Janeiro de 2021 – O Estado não é pessoa de bem

A frase é um bocado batida, e costuma ser muito usada conforme as conveniências. Seja assim ou não, tenho-a sentido com altamente verdadeira, nos últimos dias. Não falo já dos avanços, recuos e ziguezagues das medidas do Governo contra a pandemia. Falo tão somente da forma diversa como o Estado encara os actos de pagar e de receber. Quando o Estado entende que lhe devemos algo, é coercivo na cobrança. Lança mão de todos os recursos para conseguir que lhe paguemos. Cobra juros. Penhora-nos bens. Enfim, trinta por uma linha. Mas quando o Estado tem de pagar-nos algo que nos é devido, a coisa muda de figura. Há erros informáticos. Os impressos devidos não foram preenchidos. Os prazos não foram cumpridos. Enfim, trinta por uma linha. Indo ao concreto. Estive em isolamento profiláctico, e, obviamente, a minha entidade patronal não me pagou os dias que não trabalhei. O Estado, e mais concretamente a Segurança Social, estão em dívida para comigo. Há cerca de um mês. Entretanto, tive de continuar a cumprir as minhas obrigações, também para com o mesmo Estado que não é pessoa de bem. Mas, às vezes, o que apetecia era pedir ao André Ventura para passar nos serviços da Segurança Social, e desatar a falar por cima de toda a gente, até fazerem a transferência bancária mágica.

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