15 de Dezembro de 2020 – Um suave grito vindo de Cabo Delgado

Há vários anos que se vai sabendo de ataques terroristas no norte de Moçambique. Em meados de Novembro, as notícias davam conta de que jihadistas haviam raptado e decapitado cinquenta pessoas. A sombra do Estado Islâmico já há algum tempo paira, bastante negra, sobre Cabo Delgado, e D. Luiz Lisboa, bispo de Pemba, tem sido um dos rostos e uma das vozes da resistência a esta onda de terror e de morte. Já o tinha ouvido dizer que ninguém iria silenciar a Igreja sobre as o que estava a acontecer na sua Diocese. Hoje, numa sessão on-line, promovida pela Fundação Fé e Cooperação, D. Luiz disse duas coisas particularmente interessantes. Disse que, quando questionava os seus fiéis sobre o perigo de se refugiarem nas matas, e a probabilidade de serem atacados por animais, eles lhes respondiam que os animais sabem que são os bons e quem são os maus. Disse, ainda, há famílias de Cabo Delgado que, ainda que estejam a passar por sérias dificuldades, acolhem mais uma, duas ou até três famílias. Uma das lições que daqui podemos retirar é a de que os pobres são solidários. Não precisei de ouvir mais nada.

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