Há vários anos que se vai sabendo de ataques terroristas no norte de Moçambique. Em meados de Novembro, as notícias davam conta de que jihadistas haviam raptado e decapitado cinquenta pessoas. A sombra do Estado Islâmico já há algum tempo paira, bastante negra, sobre Cabo Delgado, e D. Luiz Lisboa, bispo de Pemba, tem sido um dos rostos e uma das vozes da resistência a esta onda de terror e de morte. Já o tinha ouvido dizer que ninguém iria silenciar a Igreja sobre as o que estava a acontecer na sua Diocese. Hoje, numa sessão on-line, promovida pela Fundação Fé e Cooperação, D. Luiz disse duas coisas particularmente interessantes. Disse que, quando questionava os seus fiéis sobre o perigo de se refugiarem nas matas, e a probabilidade de serem atacados por animais, eles lhes respondiam que os animais sabem que são os bons e quem são os maus. Disse, ainda, há famílias de Cabo Delgado que, ainda que estejam a passar por sérias dificuldades, acolhem mais uma, duas ou até três famílias. Uma das lições que daqui podemos retirar é a de que os pobres são solidários. Não precisei de ouvir mais nada.