30 de Novembro de 2020 – A imperfeição da humanidade

Vivemos em constante tensão com a perfeição. Se há quem diga que perfeito, só Deus, se Deus nos criou à sua imagem e semelhança, é lícito que queiramos ser perfeitos, ou, pelo menos, o mais perfeitos que consigamos ser. E, sabendo nós dessa limitação, não nos cansamos de procurar essa perfeição divina, às vezes nos sítios mais errados possíveis. Os tempos que correm surpreendem-nos com facilidade. Há quem queira quebrar o isolamento de quem tem de enfrentá-lo, na tentativa de torná-lo menos penoso. Mas há também quem queira rapidamente colocar um rótulo em quem tem de enfrentar o isolamento e um vírus que deixou de ter rosto para passar a ter vários rostos. Em 2001, o Dalai Lama visitou o Porto, por ocasião da Capital Europeia da Cultura. Pude estar presente na sua conferência, e sentir (sugestionado, ou não) que estava na presença de alguém especial. Entre várias coisas sábias e sensatas que disse na altura, ficam algumas palavras que deixou a Carlos Vaz Marques, na entrevista ‘Pessoal e Transmissível’ que concedeu. Como não somos perfeitos, haverá sempre gente com más intenções.

Sempre acreditei e acredito na Humanidade. Mas também sei que uma Humanidade perfeita é impossível. Haverá sempre gente com más intenções.

Dalai Lama, em entrevista ‘Pessoal e Transmissível’ a Carlos Vaz Marques, na TSF

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