Tenho um fascínio inexplicável pela Itália. É uma espécie de amor. Daqueles amores que tomam conta de nós, sem sabermos como. A Itália faz-me lembrar o Renascimento. A vontade que devemos ter de saber tudo, mesmo sabendo que saber tudo é impossível. A Itália faz-me lembrar uma casa, a nossa casa, onde parece que o tempo não passou, mesmo quando voltamos muitos anos depois. A Itália faz-me lembrar sabores. Sabores que parece só serem possíveis ali. A Itália faz-me lembrar as paisagens da Toscânia, montanhosas e verdes, que parecem estender-se dos Alpes até ao infinito. E, neste preciso momento que vivemos, a Itália faz-me lembrar a saudade. Uma saudade com que se fica sempre que se volta. Uma saudade despertada por um artigo do ‘The New York Times’ sobre Da Vinci. E de como muitas das suas grandes obras viajaram pelo mundo, mas muitas outras estão guardadas em pequenas cidades italianas, que, à boleia dos 500 anos do artista, valeria a pena descobrir. Uma viagem adiada, uma saudade que fica, uma incerteza estranha. Mas, sempre, um fascínio inexplicável.