Da mistura entre política e religião, à primeira vista, não poderia surgir nada de bom. Todavia, Diogo Freitas do Amaral consegue, num pequeno ensaio, equilibrar tudo o que parecia impossível, dando a conhecer a quem acredita, quem acredita mais ou menos e a quem não acredita rigorosamente em nada, o que Jesus Cristo foi fazendo e dizendo de tão marcante que, mais de dois mil anos depois, continua a marcar os passos das nossas vidas de todos os dias. Ideias que marcam a política, a economia e a sociedade. Ideias aparentemente simples, mas que, postas em prática, são um autêntico programa político, sobretudo de desenvolvimento humano, de que tanto estamos necessitados.
«Não tenho credenciais para escrever sobre problemas teológicos, exegéticos ou hermenêuticos. Mas, tendo redigido, ao longo de vários anos de estudo e reflexão, uma História do Pensamento Político Ocidental, gostaria de aplicar os métodos que utilizei nesse trabalho ao estudo e comentário das ideias políticas, económicas e sociais de Jesus Cristo. (…) Penso que este breve opúsculo poderá ter uma dupla utilidade: para os cristãos, chamar de novo a sua atenção para o facto de que, como Jesus avisou, “nem todo aquele que diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino do céu. Só aí entrará quem ouve [as] minhas palavras e as põe em prática” (Mateus 7, 21 e 24); para os não cristãos, para os que seguem outras religiões e para os não crentes, sublinhar que Jesus Cristo não tinha a intenção de pregar aos convertidos, mas sim aos que se sentiam perdidos ou incompletos na sua vida (…). Mesmo que não acreditem na divindade de Jesus, sei que há muitos agnósticos e ateus que reconhecem como excecionalmente boas as suas ideias políticas e, sobretudo, as sociais e que em larga medida as seguem.»
Diogo Freitas do Amaral – ‘As Ideias Políticas e Sociais de Jesus Cristo’