Falar sobre as alterações climáticas, ou sobre a necessária alteração de comportamentos, ou até mesmo sobre Greta Thunberg e a sua legitimidade, coerência ou activismo militante (des)interessado, leva-nos a um poço sem fundo de discussões possíveis. A questão, se quisermos, a um nível micro (apesar de ser gigantescamente macro para a nossa escala miserável de humanóides), é económica. E, nesse sentido, é preciso encontrarmos a ponta do novelo, para percebermos como todas as questões podem ser desenroladas e os nós retirados. Mas, no essencial, essa mesma questão essencial está ao lado do que está a (a)parecer. Não se trata de uma problemática sobre o planeta. A terra, mesmo que possamos cometer as maiores agressões possíveis, encontrará sempre forma de regenerar-se e de, numa escala de tempo razoável, desenvolver novas formas de vida. A menos que façamos o nosso próprio ‘big bang’ e acabemos com tudo isto com uma explosão. A questão tem a ver somente com a nossa espécie. O que estamos é a arranjar maneira de extinguirmos a nossa fantástica espécie. Sem a qual o planeta até viveria bastante bem, provavelmente.