E, de repente, doze portugueses morrem num acidente. Na estrada. A caminho de Portugal. Fazendo lembrar outros tempos. Em que se atravessava a fronteira a salto. Em que os emigrantes portugueses iam viver para os «bidonvilles». De repente, parece que andamos para trás quase um século. As condições em que vivem os emigrantes parecem voltar a ser as mesmas que quando tinham de fugir da guerra, ou da miséria, ou da morte, ou simplesmente da vida. De repente, doze portugueses mandam a sua vida dentro de uma carrinha onde, ao que parece, só cabiam seis ou nove, não interessa. Em vez de mandarem o seu salário para os seus, mandam a sua própria vida. Como se fosse uma mercadoria. Que se extraviou. Uma destas vidas, era de Arouca.