E, de repente, abrimos a agenda, e verificamos que já não a abríamos desde Outubro. É como se começássemos uma viagem, de trás para a frente, a tentar reconstituir todos os passos que nos conduziram a este acto de a reabrir. E é como se o mundo fosse mudando, mas a andar para trás. Como se fosse “desmudando”. E eu não quero. Este cometa, que se move a uma velocidade inimaginável, que se chama tempo, tem deixado atrás de si uma cauda de coisas boas. Das que aconteceram porque estavam ali para acontecer. Das que fizemos acontecer. Das que não aconteceram. Hoje, volto a reabrir a agenda, sempre sem saber a que ritmo vou conseguir abrir todos os dias. Dias em que, no final, o abrir de um sorriso meigo, quente, macio, em que o abrir do mais belo sorriso que se pode receber, faz a alma transbordar. É aí que deixam de ser precisas as palavras. É aí que apetece. Apenas. Estar.