Há coisas que não se conseguem dizer, porque não cabem numa palavra, nem numa frase, nem num texto, nem num livro. Há coisas que não se conseguem dizer, porque são demasiado grandes para conseguirmos decifrar o que são. Há coisas que não se conseguem dizer, porque são tão bonitas, tão bonitas, que dizê-las nunca é suficiente, e seria preciso dizer muito para explicar apenas um bocadinho. Há coisas que parece que só se consegue dizer com recurso a imagens, a sons, a algo mais largo do que algumas letras alinhadas. Há coisas que se dizem através do «Salut d’amour» de Edward Elgar. Há coisa que ficam, assim, ditas.