11 de Fevereiro de 2015 – Perguntar. Arouca. Futuro.

logo-ddÉ antiga a máxima que diz que, mais do que as respostas imediatas, devemos procurar as perguntas certas. Mas nós continuamos a ter demasiada pressa em encontrar respostas. De preferência rápidas. Curtas. Concisas. De aplicação imediata. Que nos permitam, em poucos segundos, resolver um problema e passar ao seguinte. Independentemente da complexidade do problema, temos é de o resolver depressa e de forma simples. E quando nos perguntam sobre o futuro, é também assim que respondemos.

Por isso, também, é que os políticos raramente decidem a pensar no impacto que as suas decisões têm, a prazo. Decidem no imediato. Sem planearem devidamente. Pressionados por esta pressa colectiva. E é por isso que também nós, cidadãos, devemos procurar travar essa tendência imediata para a resposta, e substituí-la pela urgência da pergunta.

Este foi apenas um dos muitos desafios lançados aos arouquenses pelo professor João Ferrão, na conferência «Construir o futuro em Arouca», que proferiu recentemente, a convite do Círculo Mais Democracia. De facto, a actividade desta nova plataforma de acção cívica não poderia ter começado melhor. Arouca ganha se encontrar uma forma sustentada de questionar o seu futuro, de abrir a todos a participação na sua construção. E é, no fundo, isto que pretende este novo Círculo, que nasce da vontade de lançar este debate, por parte de alguns insignes académicos que aqui nasceram ou que aqui têm raízes fortes. E a semente chegou a vários arouquenses, e são mais de cem os que, hoje, fazem parte do Círculo Mais Democracia, que continua aberto a quem quiser dele participar.

Normalmente, não gostamos muito de complicar as coisas, e é por isso que, muitas vezes, nos parece descabido, desproporcionado, inútil mesmo, lançarmos um debate muito profundo sobre o que deve ser feito. É mais simples esgotarmos a nossa responsabilidade num boletim de voto, e resguardarmo-nos na posição segura da crítica fácil e, não pouco frequentemente, desinformada.

Mas, em Arouca, somos diferentes. E é por isso que esta gente, que pouco mais tem a provar a quem quer que seja, cujo percurso académico, profissional e científico fala por si e que encontra aqui a terra onde sente a sua raiz, merece que os acompanhemos. Para continuarmos a fazer as perguntas certas. Para fazermos algo pela Arouca que desejamos. Por um futuro construído de forma participada.

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