Aquilo a que chamamos magia, às vezes não passa de ilusionismo. Mas, às vezes, o ilusionismo pode resultar em magia. Woody Allen resolveu baralhar e voltar a dar (como, de resto, é seu costume), a partir destes dois conceitos, no seu mais recente “Magic in the Moonlight”. A magia ao luar pode muito bem ser essa do ilusionismo, aquela que só resulta no palco, com luzes especiais, com truques estudados ao pormenor e que, mesmo que corram um bocadinho mal, estão tão ensaiados que parecem perfeitos. Mas pode também aparecer de surpresa, sem contarmos, a encaixar em cada espaço que deixamos. Às vezes, também essa capacidade de adequar a magia à necessidade de a viver é forjada. Mas pode ser forjada de falsidade, e rapidamente descoberta, ou forjada de construída na forja. É que, às vezes, a magia pode dar mais trabalho do que o que parece.