14 de Março de 2012 – Cavaco «versus» Sócrates

Cavaco Silva «abriu o livro», tanto no sentido figurado como metafórico, para se desculpar de uma coisa que, aparentemente, não tem desculpa, pelo simples facto de se ter tornado inevitável. Durante uma longa espera, em que o país ficou num impasse agoniante, Cavaco preferiu deixar que Sócrates se demitisse, para não ter de demiti-lo. Agora, faz uma espécie de «queixinha» ao povo português, acusando o anterior Primeiro-Ministro de falta de lealdade, por não ter, como devia, informado o Presidente sobre a verdadeira situação económica do país. O Presidente da República diz-nos, assim, que Sócrates era mau. Como viemos, infelizmente, e talvez alguns tarde demais, a descobrir. Mas, sobretudo, o que nos diz é que não fez nada por nós, para minimizar essa tremenda falta de carácter (político, se quisermos ser condescendentes) que um tal José Sócrates, afinal, sempre parece que teve (tem?). Aos «piquenos», costumamos ensinar que não se faz queixinhas. E também que não vale a pena chorar sobre o leite derramado.

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