Passei os olhos, transversalmente, por um artigo de opinião de Gabriela Canavilhas, no Diário de Notícias, e, de imediato, soou-me a ridículo. Desde logo, pela temática. Tem-se debatido muito, especialmente nas redes sociais, as ideias que certos «lobbies» têm defendido sob a pretensa vontade de defender os direitos de propriedade intelectual dos autores. É interessante que uma intérprete se preocupe tanto com os autores, quando talvez nunca tenha sentido realmente a dificuldade que é criar a sério. Mas adiante. A polémica merece que pensemos um bocadinho sobre as consequências que isto pode ter, sobretudo em termos de taxas, porque é a cópia privada (aquela que fazemos do material que compramos, para o preservar) que está em causa, e não a pirataria. Agora, o que é mesmo, mas mesmo, ridículo, é que Gabriela Canavilhas escreva «de acordo com a antiga ortografia». Uma defensora deste novo português imposto, o principal rosto desta vergonha a que se convencionou chamar «acordo ortográfico», afinal não o usa. Isso também parece ligeiramente ridículo.