Às vezes é bom vermos as coisas de outro ponto de vista. Sobretudo do ponto de vista de quem tem génio criador. António Pinho Vargas é um desses, e aparece em entrevista à «Revista» do jornal «Expresso» desta semana. Navegando entre um registo próximo do «velho do Restelo» e a razão prática, ficam muitas pistas para reflexão. Como por que razão os compositores portugueses passam um ano inteiro a desenvolver uma obra que se esgota num concerto único. Como por que razão se festeja o Fado Património Imaterial, quando há mais música que também o é. Como por que razão a música contemporânea continua a ser complicada. Mais do que as respostas às perguntas, António Pinho Vargas deixa, nas respostas, perguntas a que não responde. Para que, talvez, respondamos nós.