Normalmente, os dias 13 que calham à sexta-feira costumam ser associados ao azar. E houve, de facto, azares, não em maior nem em menor quantidade do que em qualquer outro dia. A diferença é que hoje há uma arma poderosa contra todo e qualquer azar: a música. A música suplanta qualquer azar, porque é suficientemente confiável para nos guiar em direcção a um mundo absolutamente alternativo. Talvez o azar seja proporcional ao grau de insegurança que temos. Porque deixamos, mesmo que parcialmente, de confiar em nós, e entregamo-nos à sorte. Neste caso, a sorte é ter a música como «arma» contra o azar. Uma arma pacífica, certeira, massiva contra essa entidade abstracta, que se manifesta sempre em dias 13, sexta-feira, mas que, creio, só aparece na exacta proporção em que nos deixemos à sorte.