Por muito que nos custe, temos de nos render à evidência de que Portugal é muito do que se vê na «Casa dos Segredos» e em muitas outras coisas que nos entram pela casa dentro na televisão. Por muito que apontemos o dedo a rir quando ouvimos, perante as câmaras, que África é um país da América do Sul, isso é muito do que somos, senão aquilo que realmente somos. A revista «Sábado» foi para a rua fazer perguntas de cultura geral aos universitários de Lisboa. Pode não ter conseguido uma amostra significativa, ou ter o azar de se ter cruzado com os piores dos piores. Artes, não era com eles. Literatura, não era com eles. Religião, não era com eles. Política, não era com eles. Informática, não era com eles. E, por fim, cultura geral, não era com eles. Nada era com eles. Isto é o que somos hoje, e, pior, o que vamos ser amanhã, porque também é gente como esta que está à frente das coisas que, pelo menos teoricamente, fazem o país andar. Gente que não quer ter nada a ver com nada. E quem não tiver pecados…