A unanimidade pode ser perigosa, sobretudo quando por falta de alternativas. José Sócrates é líder do PS com praticamente 100% dos votos, o que, nos tempos que correm, só se pode comparar ao que acontece a leste do mundo. Candidatos únicos, votações massivas, aclamações com «camarada» nas frases, é algo que é, de certa forma, estranho a Portugal. Rómulo Machado, que as televisões esqueceram, e o PS também, é, pelo menos na internet, a face dos 3 ou 4 por cento dos que não queriam Sócrates à frente do seu próprio partido. Há diferenças substanciais na forma de estar e de viver a vida partidária que distinguem o PS, por exemplo do PSD. E, frequentemente, é pelo excesso de liberdade e democracia internas que alguns não são poder.