Almerindo Marques abandonou a liderança da Estradas de Portugal, porque o Governo não decidiu, em tempo útil, que modelo de financiamento quer seguir para aquela empresa pública. A Estradas de Portugal, convém recordá-lo, tem de pagar às concessionárias das antigas SCUT cerca de 800 milhões de euros por ano, o que, convenhamos, é suficiente para tornar qualquer empresa inviável. Esta talvez seja mais uma razão para, estranhamente, Sócrates começar a aparecer com as gravatas cada vez mais engelhadas. Um homem considerado «charmoso» por várias publicações internacionais, que se gabava de vestir fatos «Armani», e com uma presença cada vez mais assídua nas televisões (pudera), tem-se apresentado com gravatas cada vez mais enrugadas. O «bater de porta» de Almerindo Marques foi mais uma ruga na gravata de Sócrates, que, em breve, talvez começe a rasgar-se. Como o país, de resto.