É natural que andemos demasiado atarefados no dia-a-dia para nos apercebermos, ou sequer pensarmos, no que andam a fazer os políticos que ajudamos a eleger. Pois bem, hoje mesmo, estão a discutir as hipotéticas (e, quase certamente, nulas) alterações à situação contributiva dos cidadãos, dizem alguns para «facilitar a vida» aos que, como eu, sofrem da «praga» do Recibo Verde. Mas, ao que tudo indica, pelo menos até esta hora, assistiremos à primeira «coligação negativa» no parlamento, com a oposição a vetar o projecto do Governo. Por outro lado, e mais «nas entrelinhas», o Presidente da Assembleia da República, depois de pôr fim à possibilidade de desdobramento das viagens dos deputados, quer alterar o sistema de faltas e justificações. Para quem está «de fora», a medida soa bem, se queremos ter um parlamento e deputados mais credíveis. Mas, à boa maneira retórica, parece que é preciso agendar uma reunião para se discutir «a matéria», que, pelos vistos, está a causar grande mau-estar entre deputados de todos os quadrantes. E nós, cá continuamos, no dia-a-dia.
«Isto não é a câmara dos Lords (…). Ser deputado implica ser deputado e não deputado em part-time».
Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República
O Estado é, infelizmente, um dos maiores fomentadores dos chamados “recibos verdes”. Se o Estado fosse coerente com aquilo que exige às empresas, devia dar o exemplo.Há lugares na função pública que necessitam de ser preenchidos a titulo definitivo, por necessidade de garantir o funcionamento dos serviços e os contratos individuais vão sendo assinados mensal ou semestralmente, não permitindo que as pessoas façam projectos de vida para o futuro.
“…Por outro lado, e mais «nas entrelinhas», o Presidente da Assembleia da República, depois de pôr fim à possibilidade de desdobramento das viagens dos deputados, quer alterar o sistema de faltas e justificações.”
«Isto não é a câmara dos Lords (…). Ser deputado implica ser deputado e não deputado em part-time».
Lá voltamos a falar do mesmo…
Só que há uns que são Turbo e outros Compressor e batem entre a AV da Liberdade e a Rua das Pretas e se o indiano estivesse na esquina a distribuir panfletos, coitado nem tem direito a recibo verde, com o impacto… ia parar ao Campo dos Mártires da Pátria