25 de Abril de 2009 – A liberdade de Paulo Rangel

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No seu discurso, durante a sessão evocativa do 25 de Abril, o deputado do PSD Paulo Rangel colocou o «dedo na ferida» de um debate que talvez já há muito devesse ter sido travado. Não só denunciou, e bem, uma verdadeira «quase ditadura mediática» deste Governo, como lançou a debate a questão do investimento público como resposta à crise. Se é verdade que muitos analistas políticos (e mesmo políticos) defendem a intervenção do Estado como «motor» da resposta à crise, Paulo Rangel levantou a questão de como esse investimento pode transformar-se numa hipoteca para o futuro das gerações mais novas, que ficarão responsáveis por «pagar a factura» destes investimentos. Poderão responder que ficarão também com equipamentos e infra-estruturas para usufruirem, mas os custos existirão, desde a manutenção à reparação ou mesmo reformulação, bem como ao pagamento propriamente dito destes «empréstimos a longo prazo». Onde termina a nossa liberdade para avançarmos com estes investimentos, que muitos consideram megalómanos e desproporcionados, e que, de certeza absoluta, resultarão em (no mínimo) resquícios de dívida para as gerações mais jovens? Por outro lado, não nos caberá, no exercício dessa mesma liberdade, investir num futuro melhor para essas mesmas gerações? O debate é complexo, e haverá razões de parte a parte. Mas o que é certo é que este debate, sim, é interessante. Mais do que uma «conversa de surdos» sobre corrupção ou enriquecimentos ilícitos.

«Um Governo em fim de mandato, cheio e ufano da arrogância do presente, tudo tem feito para roubar a liberdade – a liberdade de escolha – às gerações seguintes».

«Hão-de as gerações seguintes, carne da nossa carne, sangue do nosso sangue, ficar agrilhoadas a uma dívida monstruosa».

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