Hoje é Dia Mundial da Rádio, e deu-me para lembrar uma daquelas coisas que nos acontecem como uma espécie de iniciação ao ser-se homem. Há uns anos atrás, entrei na redacção da TSF Rádio Notícias, da forma mais inesperada possível, para aprender, acima de tudo, a ser homem. O João Paulo Meneses, o Pedro Pinheiro, o Joaquim Ferreira, a Leonor Ferreira, a Rute Fonseca, o Joaquim Dias, o Ramiro, o Pedro, e muitos outros, jornalistas e técnicos, foram apenas alguns dos mestres que tive, em dois intensos meses que valeram a tal lição de vida. O Dia Mundial da Rádio surgiu por iniciativa da UNESCO, como forma de assinalar o papel que este meio de comunicação desempenhou, desempenha e continuará a desempenhar na nossa vida de todos os dias. A Rádio esteve presente nas guerras, como arma de propaganda. A Rádio esteve presente nas revoluções, como meio de fazer passar a mensagem. A Rádio está sempre presente nos momentos de glória do futebol, através dos relatos. A Rádio está presente nos automóveis, fazendo-nos companhia na liberdade das viagens, ou nas prisões do trânsito. A Rádio sempre esteve presente nas minhas noites, nos meus momentos de pausa e nos meus despertares. Foi a Rádio que me ensinou a gostar de Jazz, pela mão dos ‘5 minutos de Jazz’, de José Duarte. Foi a Rádio que me mostrou muita música que é obrigatório conhecer-se, nos muitos programas da Antena 2. A Rádio acabou por cruzar-se comigo no percurso profissional, quase sem querer, e eu achando que não estava à altura dos desafios que ela impõe. Com o João Almeida, levámos o microfone da Rádio Regional de Arouca a sítios completamente impensáveis, como, por exemplo, ao último jogo oficial do Estádio das Antas, ou ao Estádio Alvalade XXI, para trazermos às ondas do éter o relato e os comentários. Graças ao João e à Rádio, nós estivemos lá. Voltando um pouco atrás, foi a soma destas coisas todas que resultou numa lição de vida. A de que é preciso ter o ‘killer instinct’ de fazer a pergunta certa para se poder ir até ao fim da rua, até ao fim do mundo.