1 de Janeiro de 2021 – Concerto de Ano Novo

Foto: Wiener Philharmoniker

Durante algum tempo, pensava que um maestro poder dispor da Filarmónica de Viena apenas para executar valsas e polcas constituía um desperdício. Com o tempo, fui-me apercebendo de que não é bem assim, de que há coisas que vale a pena serem ouvidas outra vez (ou, para mim, pela primeira vez). O nível de qualidade da produção televisiva do Concerto de Ano Novo foi, também, aumentando consideravelmente. Mas este ano, atípico, como bem sabemos, trouxe à tona um pormenor essencial. É que não importa a qualidade da transmissão, não importa a quantos milhões a música está a chegar, não importa até mesmo que os músicos recebam, aqui e ali, aplausos vindos de todo o mundo, trazidos pela internet. Tudo isto é muito menos impactante do que uma sala sem público. Riccardo Muti, prestes a completar 80 anos, disse tudo na sua mensagem. A música é uma missão, essencialmente para que construamos uma sociedade melhor. E quanto isso, não há sala vazia que nos pare.

Musicians have in their weapons flowers, not things that kill. We bring joy, hope, peace, brotherhood, Love with capital L. So music is important not because it’s entertainment, music is not only a profession, but it’s a mission. That is why we do this work. So mission for what? To make the society better. To think about the new generation that in one complete year has been deprived of deep thinking, thinking about health. Health is the first, most important thing, but also the health of the mind. And music helps. So, my message to the governors, and presidents, and prime ministers everywhere, in every part of the world, consider culture always as one of the primary elements to have a better society in the future.

Riccardo Muti

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