Noto, antes de mais, que o título do livro do Cardeal Tolentino não é uma pergunta, é uma afirmação. E é uma afirmação a partir da qual surgem várias outras afirmações do que é necessário fazermos e sermos, num tempo em que parece que temos de estar e ser mais um e menos comunidade. Parece. Porque há várias formas de sermos e estarmos com, mesmo estando fisicamente isolados, e a pequena frase que serve de sub-título ao livro já diz muito sobre isso: ‘o poder da esperança’. Amar um país, significa amarmo-nos, a nós mesmos e aos outros. E, para isso, temos de começar pela raiz. Por descubri-la. Por cuidar dela. Por nutri-la. Subirmos à montanha dentro de nós mesmos, e vermos quem verdadeiramente somos. De reaprendermos o que é e como é estarmos mais próximos e mais afastados, e podermos estar próximos e afastados ao mesmo tempo, na proporção correcta. Por transformarmos o tempo, deixando de contar os minutos e percebendo melhor o valor de cada um deles. E de passarmos a escrever, com a nossa vida, outras histórias. Sobre como amar um país.