Quando as ruas não têm nome, e passam a ser uma espécie de palco para uma espécie de guerra civil, mais mediática do que outra coisa, a sensação que fica é que todos os lados perderam a razão, e não há outra saída senão fazer ‘reset’, ou ‘restart’, e começar tudo de novo. Foi estranha a sensação de ver, através do aquário televisivo, os confrontos nas ruas de Barcelona, sem conseguir perceber completamente os porquês. Dizem-nos, de um lado, que o povo quer a independência. Mas, quando convidados a manifestarem-se nas urnas sobre o assunto, não foram tão peremptórios quanto isso. E, a ser assim, era como se os Açores quisessem a independência, mas com algumas ilhas a manifestarem-se contra. Em que ficaríamos? Todas teriam de ‘independentar-se’, mesmo as que não queriam? É claro que não há respostas de sim e não, mas uma coisa é certa. As ruas deixaram de ter nome, em Barcelona. E o sabor que fica é o de que aquilo que vemos, muito em concreto, não faz grande sentido.