Lêem-se, por aí, duas notícias que, aparentemente, nada têm a ver uma com a outra. Mas, se calhar, até têm. O jornal «I» publica um texto que dá conta de movimentações ao nível da concessão de bolsas de investigação, por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Sabemos bem que há muitos professores universitários que só o conseguem ser porque têm este apoio do Estado para desenvolverem os seus projectos, e sabemos também que a nossa ciência é motivo de prestígio no estrangeiro. Agora, de forma encapotada, o Governo pode estar a preparar-se para despedir (ou melhor, nem sequer voltar a contratar) estes investigadores, que, talvez, venham a engrossar as fileiras da nova vaga de emigrantes. O que pode ajudar a explicar esta decisão (ou a ausência dela) é o texto que o jornal online «Dinheiro Vivo» publica, também hoje. O título é sugestivo: «Por que razão tantos homens incompetentes se tornam líderes?». Segundo o mesmo texto, as razões são, pelo menos, três: acontece quando elas não são capazes; acontece quando elas não estão interessadas; acontece quando elas são capazes e estão interessadas, mas não conseguem vencer os preconceitos. É muito provável que, se houvesse mais mulheres a tomar decisões, talvez não se fizessem tantas asneiras. Nem tantas perguntas contendo a palavra «incompetente».