Hoje, inciou-se mais uma aventura. Uma aventura em forma de ópera. «La Bohème» foi a primeira produção que vi ao vivo. Foi a primeira vez que vi, que me apercebi que era possível chorar de amor ao ouvir o final do primeiro acto. Que experimentei a emoção da tragédia, no final do quarto acto. Que me dei conta de como se trata de um espectáculo completo, durante toda a obra. O objectivo é apresentar este trabalho no próximo sábado, no Coliseu do Porto, com a Orquestra do Norte e um naipe de cantores de enorme, enorme qualidade. Tenho vontade que esta récita faça chorar de alegria, que possa apresentar a melhor música com a melhor intenção (e tensão) possível. Porque a música é mesmo da melhor que há. Escreveu, um dia, um amigo, em resposta à pergunta «o que é a música?», que «a música é boa». Assim é. A música é (sempre) boa. Sobretudo, se feita com alma, com o coração, com todas as nossas entranhas dentro dela. Puccini é mais ou menos assim. Valerá a pena confirmar. Sábado, no Coliseu. O som dos «ferrinhos» é, quase de certeza, meu.