Talvez graças ao «glamour» do «Barco do Amor», ou de outra coisa qualquer, viajar de cruzeiro era, até há bem pouco tempo, um luxo a que quase todos aspirávamos. Uma daquelas coisas que teríamos de fazer, pelo menos uma vez na vida. Depois, veio o «Costa Concordia», e os sonhos encalharam mesmo a chegar à praia. Todo esse imaginário começou a definhar, primeiro por temermos pela nossa segurança, depois pela crise generalizada. Deixou de ser atractivo entrar por esse mar adentro, com todo o luxo possível e impossível a bordo, rumo a destinos que só assim fazem sentido, revivendo, de um ponto de vista muito mais confortável, o que terá sido chegar a algumas dessas terras pela primeira vez, numas «cascas de noz». Vão-se generalizando as notícias de navios de cruzeiro arrestados em portos europeus, porque as empresas já não têm capacidade sequer para pagar às tripulações. À medida que o Natal se aproxima, a crise prossegue. Em velocidade de cruzeiro.