26 de Novembro de 2012 – Um povo que não se governa nem se deixa governar

Os Romanos deixaram-nos um legado vastíssimo, no Direito, na organização política, na língua. Mas deixaram também uma frase lapidar, que nos define, de certo modo. Referindo-se aos Lusitanos, com quem, de resto, sabe-se, até conseguiram ter uma relação relativamente pacífica a certa altura, diziam tratar-se de um povo que não se governa nem se deixa governar. Desse tempo, muitos séculos passaram, mas nem tanto assim mudou. Hoje, a «terra da luz» está bastante mais desfocada, apesar do muito que conseguiu iluminar. Daqui saíram os descobridores do mundo. Daqui saíram dois prémios Nobel. Daqui saíram alguns dos mais insígnes matemáticos, cartógrafos e geógrafos do mundo. Daqui saiu o melhor treinador de futebol do mundo. Um dos melhores jogadores de futebol do mundo. Paralímpicos de topo. Alguns dos melhores músicos do mundo. Pintores e escultores de referência mundial. Temos universidades reconhecidas mundialmente. Arquitectos e engenheiros, investigadores e técnicos que todo o mundo reconhece. O presidente da Comissão Europeia é português. O vice-presidente do Banco Central Europeu é português. E até o Ministro das Finanças já disse que os portugueses são o melhor povo do mundo. Algo não bate certo. Como podemos ser tão bons e estarmos tão mal? Seremos auto-fágicos?

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