Ler as notícias ou ver os telejornais dá-nos a possibilidade de experimentar uma sensação próxima da esquizofrenia. Às vezes dá a sensação que, de tão reais que as coisas nos apresentam, só podem ser mentira. Aparece uma coisa e o seu contrário. Aparece o sim e o não. Afirma-se e desmente-se. E nós, colectivamente, apertamos, com força, a cabeça com as mãos, à espera que a normalidade (se é que ela existe) reapareça. Às vezes apetece abandonar tudo, ou então adormecer, à espera que o sonho mau passe. Mas logo surge outra notícia, outra personagem, a levar-nos na espiral de acontecimentos ou novidades, que voltam a mergulhar-nos na tal esquizofrenia. Ninguém sabe qual o remédio, ou sequer se ele existe. Mas será possível continuar assim por muito mais tempo?