Nunca foi uma tradição muito assumida, talvez porque a música não é tão apelativa ou alegre como a de Natal. Mas houve um tempo em que se tentou fazer do Concerto de Páscoa uma marca cultural de Arouca. De forma intermitente, foi-se organizando, mas já de há dois anos a esta parte que não se realiza, pelo menos com esse nome. Depois de terminado o cd, o Orfeão de Arouca resolveu «juntar» as coisas, e apresentá-lo num concerto de Páscoa, em que o foco estará no «Stabat Mater», de Josef Rheinberger. A música é sublime, não tão triste como talvez seja hábito encontrar-se nas obras próprias desta época. Mas é aí que está o essencial, na época. Há coisas a que não podemos fugir, e a Páscoa não é o Natal. Seja como for, a 31 de Março vamos fazer música, com a Orquestra de Gaia e o nosso organista titular do Mosteiro de Arouca, prof. Nicolas Roger, com quem temos tido a honra de trabalhar com regularidade. A música, esta música vale a pena. E talvez possa ser um passo mais para que se possa, com pequenos gestos, criar mais um momento na vida cultural da nossa terra. Quem sabe.