14 de Novembro de 2011 – Ó Álvaro e Paulo, pá. Vão-se embora. Os dois.

Álvaro, pá. Admira-me que tu, permite que te trate assim, porque sei que não és de grandes galões, tenhas caído na ratoeira fácil de dizeres uma «patacuada» daquelas. Então tu, um homem do mundo, um homem que escreve livros e tudo, vem dizer-me ao ouvido que a crise vai acabar? Álvaro, Álvaro. Tu és um tipo fixe, eu sei. Mas olha que há coisas que não acabam por decreto. Por muito que o «decretante» seja um tipo competente, como eu (ainda) até acredito que sejas. Mas há coisas que um tipo, quando veste o fato de político, não pode dizer. E tu deste a «abébia», pá. Foste abrir o flanco para que o Paulo, aquele tipo das negociatas das estradas, e que deu emprego a uns amigos aí a ganharem boas massas, te mandasse um piropo. Sou-te sincero, pá. Também não gostei nada que não tivesses sido sensível às pretensões da malta cá da terra, e que tivesses mandado a variante para as calendas. Devagar, devagarinho, e, agora, ao reduzires-te ainda mais, para discutires com um idiota (lembra-te do ditado, nunca discutas com um idiota, porque, a certa altura, ninguém sabe quem é quem) deixaste-me sem margem de manobra. Na qualidade de vosso patrão, e como não gosto de discussões de comadres no sítio onde mando, ó Álvaro e Paulo, pá. Vão-se embora. Os dois.

«O ano de 2012 vai certamente marcar o fim da crise e será o ano da retoma gradual».

(Álvaro Santos Pereira, Ministro da Economia, perante os deputados, no Parlamento)

 

«O senhor ministro está no fim da sua carreira política. Faça um favor aos portugueses: deixe o lugar. (…) Aproveite essa bancada e faça um gesto feio»

(Paulo Campos, deputado e ex-Secretário de Estado, nos mesmos termos)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *