Hoje surgiram dois retratos tirados quase a papel químico, como se costuma dizer. Cá pelo burgo, os nossos ditos dignos representantes parlamentares ainda ponderam discutir se vale ou não a pena ouvir e questionar o ex-Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, o ex-Secretário de Estado das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos (sublinhe-se que este digno servidor da Nação é, actualmente, deputado) e o presidente do Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias, Alberto Moreno. Em causa estão prejuízos de largos milhões de euros, que todos nós estamos a pagar, resultantes das negociatas e «renegociatas» com as concessionárias das famigeradas «SCUT». Mas ainda vão discutir se vão decidir se vão ouvir esta gente ou não. E isto leva-nos a olhar outro retrato, o tal a papel químico. Rachida Dati, ex-Ministra da Justiça em França, é deputada no Parlamento Europeu, e não hesitou em traçar um retrato alegre e a cores vivas dos nossos eurodeputados. Enquanto discursava, na cerimónia de inauguração do novo centro cultural da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, Dati não podia ter traçado melhor o que é necessário para se ter um bom perfil de deputado. Ser «bon vivant», rir, beber, comer, brincar. Eis o verdadeiro deputado «tuga».
«Adoro os meus colegas deputados europeus portugueses, são ‘bon vivants’, não há nenhuma reunião em que não brinquem, riam, bebam, comam e ouçam música».
Rachida Dati, eurodeputada, durante a inauguração do centro cultural da Gulbenkian, em Paris)