30 de Setembro de 2011 – Isaltino

Há mais de oito anos que se fala no caso «Isaltino», um presidente de Câmara cujos «fregueses» defendem com unhas e dentes, apesar das constantes acusações de irregularidades, e, em última instância, de corrupção. Para quem vive em Oeiras, em geral isto pouco importa, porque continuam a ter um concelho desenvolvido, serviços de proximidade e eficazes, e uma relação fácil com o seu presidente de Câmara. Depois de terem descoberto contas bancárias não declaradas na Suíça e na Bélgica, tudo mudou. Em 2002, Isaltino Morais abandona a Câmara de Oeiras, que presidia há 16 anos, para se tornar Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, no Governo de Durão Barroso. Em 2003 abandona o cargo, sob suspeita de ter contas bancárias não declaradas na Suíça e na Bélgica, tendo sido desencadeada uma investigação pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Em Junho de 2005, é novamente candidato (desta vez independente) à autarquia de Oeiras, e durante a pré-campanha é constituído arguido. Em Junho de 2008, o Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa delibera a ida a julgamento, por crimes de participação económica em negócio, corrupção, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal. Em Agosto de 2009 é condenado a sete anos de prisão e a perda de mandato. Isaltino recorre. Em Julho de 2010 a pena de prisão é reduzida de sete para dois anos, e a pena de perda de mandato é anulada. Em Setembro de 2010, o Ministério Público recorre da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa. Em Setembro de 2011, depois de alguns avanços e recuos legais, Isaltino Morais é detido pela PSP. É libertado poucas horas depois.

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