Fernando foi pouco nobre na forma como decidiu disparar o «soundbyte» de que não queria ser deputado, apenas presidente da Assembleia da República. As ingenuidades de um cidadão estreante na política desculparam-se-lhe, durante a campanha presidencial. Mas agora, o «jogo» é mais sério, e «joga-se» com mais adversários, com mais argumentos, com mais táctica. Que nobre quisesse dizer que não está agarrado a nenhum lugar, seria uma coisa. Afirmar-se apenas como candidato a presidente do Parlamento, quando sabe (ou devia saber) que essa eleição não é directa, é um tremendo «tiro no pé». O gesto de Pedro Passos Coelho, de abrir o partido a independentes podia ter sido feito com outra candura, e não dando a entender que apenas fez «contas de somar votos», que, sabemos, normalmente não são de fiar. Se o objectivo foi quebrar o doentio mediatismo do congresso do PS, a coisa resultou. Mas, se calhar, não com a eficácia pretendida.