6 de Abril de 2011 – Afinal é preciso ajuda, mas a culpa é dos outros

Um Governo que duplica a dívida pública em seis anos, ironicamente, não tem culpas no cartório. A situação em que estamos, e estávamos mesmo quando nos diziam que não, requer ajuda externa, venha ela de onde vier. Até agora, esse mesmo Governo, que duplicou a dívida pública em seis anos, que mentiu aos portugueses, quando disse que não estava a negociar mais medidas com Bruxelas, que mentiu aos arouquenses ao prometer um acesso digno e depois o recusou, preferindo insistir num «TGV» sem sentido e injusto; até agora esse Governo achava que não era necessária ajuda externa. Depois preferiu pensar que «quem vier atrás, que feche a porta». Depois tentou provar a si mesmo que a culpa disto não é sua, é de quem provocou a crise política. Agora, começa a fazer-se alguma luz nas mentes de quem diz querer o melhor para o país. O Ministro das Finanças admitiu, com todas as letras, que Portugal precisa de ajuda já. E, depois dele, o Primeiro-Ministro. Mas a culpa ainda é «dos outros».

«O país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros. Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais».

(Fernando Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, em resposta escrita ao «Jornal de Negócios»)

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