O facto de hoje ter decorrido mais uma sessão ordinária da Assembleia-Geral da Banda Musical de Arouca, assembleia, aliás, à qual tenho o privilégio de presidir, serviu para pensar um pouco sobre como anda o movimento associativo, e da importância que, erradamente, não lhe está a ser dada. Já há cerca de uma década que os investigadores da área social avisavam que era urgente reagir à globalização com uma pressão «bottom-up», ou seja, que a sociedade se mobilizasse, se unisse, prosseguisse, solidariamente, objectivos comuns, e respondesse, assim, alternativamente, ao efeito globalizante da economia. Quase dez anos depois, pouco se sente, mas reconhece-se a necessidade. Fala-se muito de voluntariado, numa atitude quase caritativa, de uma certa afirmação de status, e sem um verdadeiro sentido de solidariedade. Mas nós precisamos de mais do que isso. A resposta a esta crise, que nos demonstra que a globalização, como a conhecíamos há cerca de dez anos, sofreu sérias mutações, estará, por certo, na mobilização social, em torno de causas comuns. E aí, o movimento associativo tem uma palavra forte a dizer. É preciso é que as entidades oficiais percebam isso, e apoiem condignamente este movimento. Com «migalhas», talvez não se chegue a parte nenhuma.