Confesso que não percebo muito mais de fotografia do que espreitar para dentro da câmara, esperar pelo momento decisivo, e disparar. Percebo mais do momento e do enquadramento, do que da técnica para o captar melhor. É, em linguagem «técnica», o que se chama um «handicap». Hoje foi noite de Carnaval, e foi mais uma partida à aventura, à descoberta de novas imagens. Esta terá sido, talvez, uma das imagens da noite. Que ilustra como, no Carnaval, tentamos «queimar» o que não nos agrada, o que nos incomoda, o que não nos deixa ver as coisas como elas são, e, por uma noite, sermos outros. Que queríamos, ou não, ser. Mas outros. Purificados por este lume, que, depois de arder, nos faz voltar à mesma condição. Mas talvez com uma perspectiva diferente das coisas.