A partir de hoje, decorre em Berlim a maior feira de logística do mundo ligada à área dos legumes, frutas e flores. Pela primeira vez, 20 empresas portuguesas estão presentes, todas num único «stand», com cerca de 500 metros quadrados. A organização espera atingir um público de 75 mil visitantes, oriundos de todo o mundo, até sexta-feira próxima. Nesse 75 mil, não constará o nome de José Sócrates, nem, aparentemente, de qualquer governante, o que espelha bem o total desinteresse do Governo em relação a estes produtores, que já ultrapassaram o sector dos vinhos, no que diz respeito ao volume de exportações. Segundo números recentes, os legumes, frutas e flores geram um volume de exportações na ordem 780 milhões de euros anuais, contra cerca de 600 milhões dos vinhos. Isto só é conseguido, segundo os produtores, graças à excelência dos produtos, dos meios e das técnicas de produção. Em Portugal, estes produtos correspondem a um volume de negócios de 2.300 milhões de euros. E o poder assobia para o lado. Talvez porque a agricultura «não vende» nos órgãos de comunicação social.
«Acredito que o nosso Primeiro-Ministro, além de falar de Magalhães e de energias renováveis, rapidamente vai encontrar uma forma de pôr no seu discurso as frutas e legumes e vai sentir orgulho de falar nisso».
(Manuel Évora, presidente da «Portugal Fresh», agência criada há dois meses para promover o sector)
Desta vez, discordo do tom depreciativo da tua publicação. Estes produtores e distribuidores só tem a ganhar com a ignorância do Primeiro Ministro e dos media, pois assim que verificarem a riqueza que geram, vem logo uma catadupa de impostos em cima deles.
Eu fico todo contente quando ouço as notícias de trânsito na cidade, em que os “cosmopolitas” literalmente perdem anos de vida nos engarrafamentos para ir e voltar do trabalho, e à noitinha voltam para um apartamento minúsculo e em que não podem dar um peido sem o vizinho saber. Se eles soubessem do nível de vida que nós temos nas nossas vilas e aldeias, vinham para cá borrar isto tudo.
Falando da minha sensibilidade, o setor dos vinhos é quase corporativo, onde os “tubarões” controlam tudo e todos, e onde os pequenos produtores recebem a uva a 35 cêntimos o quilo, levada à porta da empresa transformadora, e por vezes pago a perder de vista.
Já os setores representados nesta feira, particularmente os dois últimos são os novos potenciais agrícolas do País, tanto a nível de escoamento como de rentabilidade. Poderia colocar aqui alguns números que punham alguns leitores deste blog no mínimo curiosos, mas não vou fazê-lo, porque… a ignorância é uma desvantagem para uns, mas é uma oportunidade para muitos!