Mais uma vez, só neste país. Passamos o tempo a falar nisso, mas, quando alguém levanta a questão, mudamos de opinião, ou não é hora de debater, ou qualquer outra coisa. É certo que o problema do país não é este, mas isso não é razão para «metermos a cabeça na areia» e deixarmos de pensar numa questão que nos diz directamente respeito. Os portugueses estarão, por certo, tão bem representados por 230 deputados como por 180. Aliás, se os deputados fossem em número proporcional aos votos, talvez o saldo fosse negativo, ou muito perto disso. Enquanto nos falam a toda a hora do Egipto (agora está na moda escrever-se Egito) talvez isto seja (mais) uma manobra de diversão para que não se debata o que realmente interessa. Mas vale mesmo a pena pensar nisto, e a sério. Até porque a crítica pela crítica não nos leva a lado nenhum. Para debates estéreis, já temos 230 possíveis protagonistas. Boa parte deles, podemos procurar saber, limitam-se a levantar e a baixar braços, a ler jornais e a dormir em plenário. Quais virgens ofendidas.
Ainda sobre o Egito. Não se trata de moda escrever assim, mas trata-se simplesmente, do acordo ortográfico aprovado já há anos e que agora vai sendo lentamente implementado em Portugal, concorde-se ou não com ele. Como regra geral as consoantes que não eram lidas passam a desaparecer. Veja-se o caso de Batismo comparativamente a opção. No primeiro caso desaparece, tal como em Egito, mas no segundo mantém-se.