Primeiro foi Carlos Encarnação, em Coimbra. Depois António Capucho, em Cascais. Se, por um lado, as saídas de autarcas «de peso» podem querer dizer que estão já na calha possíveis soluções de continuidade, por outro podem também ser um sintoma do crescente «divórcio» entre governo central e autarquias. Ou porque impede o desenvolvimento local, cortando em investimentos direccionados especialmente para os transportes e vias de comunicação, ou porque sobrecarrega as autarquias com delegações de competências, sem o respectivo investimento, deixando o poder local com o ónus dos serviços que passa a ter de prestar, o Governo desresponsabiliza-se, e torna, de uma forma e de outra, o trabalho de um autarca absolutamente inglório. Seja para preparar sucessão ou como grito de revolta, é um sinal. Há autarcas influentes a baterem com a porta.
É sempre mais fácil gerir quando há dinheiro e quase nenhum limite ao envididamento.
Heróis são os que ficam, não os que saem…
Os que ficam só serão heróis se fizerem por isso. Levar um país ao charco não é um acto heróico é um acto tresloucado.