A dúvida já pairava há algum tempo, mas agora soube-se. Apesar da crise, o Estado (ou o PS?) nunca abdicou de cuidar muito bem das suas cerimónias públicas, para que as transmissões televisivas corressem bem, para que a mensagem ficasse bem decorada, para que a pompa exigida não faltasse. Dezassete milhões de euros, foi quanto custaram as rubricas de «publicidade e exposições», durante este ano. Mas não é só. Para o ano, o Estado prevê gastar mais seis milhões, elevando para 23 milhões de euros o valor previsto para estes gastos. Na rubrica «publicidade», o aumento é de 30%, e em «seminários» de 46%. A Presidência do Conselho de Ministros aumenta a sua despesa em 500%, alegadamente porque os Censos 2011 precisam de muita divulgação. Mais. A rubrica «artigos honoríficos e de decoração» tem um aumento de 30%. Isto são factos. Factos que denunciam estratégias caras de prolongamento de poder, pagas pelo erário público. E, apesar da crise, a despesa aumenta. Dá que pensar.